Quanto um dentista paga de imposto faturando 10 mil por mês?
Descubra agora como a escolha entre ser um dentista tributado como Pessoa Física ou abrir sua própria empresa e optar pelo CNPJ pode alterar significativamente sua carga tributária.
Se você é um dentista consolidado ou está iniciando na área odontológica, as dúvidas sobre como pagar impostos podem ser fonte de noites mal dormidas. Neste artigo, veremos as complexidades fiscais e apresentaremos uma análise de um faturamento mensal de R$ 10.000 para cada cenário.
Quais são as diferenças entre tributar como Pessoa Física ou Jurídica? Quanto você realmente pagará de imposto em cada modalidade? Vamos desvendar esses questionamentos e fornecer insights para orientar suas escolhas tributárias.
Acompanhe este guia e prepare-se para tomar decisões financeiras mais acertadas!
Regimes Tributários
Existem duas opções de tributação: Pessoa Física (CPF) ou Pessoa Jurídica (CNPJ).
Cada uma tem suas particularidades tributárias e, obviamente, impactarão em quanto de imposto você deverá pagar. Para que você compreenda melhor as diferenças que existem entre elas, vamos simular um faturamento mensal de 10 mil reais e comparar os impostos incidentes e os valores a pagar em cada modalidade.
Pessoa Física
- INSS: na Pessoa Física, a alíquota incidente do INSS é de 20%, limitado ao teto.
O teto é um valor determinado pela Receita Federal como um limite para você recolher essa alíquota de 20%. O limite atual, em 2023, é de R$ 7.507,49. Isso quer dizer que, se o seu faturamento é de 10 mil reais, você não irá pagar os 20% sobre os 10 mil, você deverá pagar os 20% sobre o teto, uma vez que esse teto está abaixo dos 10 mil reais. Calculando 20% sobre o teto, chegaremos ao valor de R$ 1.501,50 a recolher de INSS.
- Imposto de Renda (IR): neste exemplo não iremos mencionar outras despesas dedutíveis, vamos deduzir apenas o INSS para encontrar a base do Imposto de Renda. Para isso, vamos pegar o total de faturamento (R$ 10.000) e subtrair o que você deve recolher de INSS (R$ 1.501,50) o que resulta em uma base de cálculo de R$ 8.498,50.
A segunda parte deste cálculo é aplicar a alíquota do IR e, para saber qual é essa alíquota, você deve pesquisar na tabela que a Receita Federal disponibiliza em qual faixa o valor que você encontrou como sua base de cálculo se enquadra. Para o nosso exemplo, o valor de R$ 8.498,50 se enquadra na faixa de 27,5%, resultando em R$ 2.337,08 de Imposto de Renda.
No entanto, ainda não é esse valor que você deverá pagar. A terceira parte deste cálculo é subtrair uma parcela dedutível que também é encontrada nessa tabela do Imposto de Renda. Para o nosso caso, a parcela dedutível é de R$ 884,00, portanto, o real valor que você pagaria de Imposto de Renda é R$ 1.452,13.
Isso é o que você, dentista, teria que pagar mensalmente de Imposto de Renda faturando R$ 10.000 como Pessoa Física. Somando com o INSS, temos um total de tributos de R$ 2.953,63. Veja que é uma carga tributária bem elevada, praticamente 30% do que foi o seu faturamento, fica aqui.
Além dessa questão da carga tributária ser alta, muitos profissionais entendem que, por não terem uma empresa, não precisam ter um escritório de contabilidade especializado para auxiliá-los nessa questão dos cálculos. Isso é um engano pois esses cálculos e pagamentos são uma obrigação imposta pela legislação atual e que devem ser realizados mensalmente através de dois sistemas disponibilizados pela Receita Federal: Livro Caixa e Carnê-Leão.
Você trabalha o dia todo no seu consultório de odontologia atendendo seus pacientes e o seu foco é atender bem o seu paciente. Já o foco da contabilidade é atender você, prestador de serviço de odontologia, como cliente. Por isso é necessário, mesmo atuando como Pessoa Física, contratar um escritório de contabilidade para lhe auxiliar.
E quanto você pagaria de impostos se abrisse uma empresa?
Faturando os mesmos 10 mil reais mensais, mas agora tendo um CNPJ, você pode optar inicialmente pelo regime do Simples Nacional – que tem uma alíquota que pode ser reduzida a 6% com a utilização de uma estratégia tributária chamada Fator R.
Para usar o Fator R é preciso atender um critério, é como se a Receita Federal dissesse que “se, desses 10 mil reais, você usar 28% para pagar a sua folha de pagamento (que pode ser funcionários ou o seu pró labore), eu te permito usar a alíquota menor do Simples Nacional para pagar o Imposto de Renda do seu faturamento”.
E é essa estratégia que vamos usar: dos 10 mil reais que você faturou, pegaremos 28% (R$ 2.800) para o seu pró labore. Ou seja, agora é sobre esses R$ 2.800,00 que você vai tributar o seu INSS.
Perceba que, com isso, você já sai do teto de R$ 7.507,49 e pagará o INSS somente sobre o seu pró labore – definido com essa estratégia tributária em 2.800 reais. A alíquota aqui é totalmente diferente da que incide na Pessoa Física, como Pessoa Jurídica, a alíquota é de 11% sobre o pró-labore e não mais de 20% sobre o teto. Você pagará, portanto, R$ 308,00 de INSS.
Para o Simples Nacional, utilizando essa estratégia que permite pagar apenas 6%, teremos um valor de R$ 600,00. Somando o Simples Nacional com o INSS, o valor total é de R$ 908,00 por mês.
Veja a enorme economia que você, dentista, consegue ter apenas utilizando a modalidade tributária certa.
Você sairá de um montante de tributos que irá pegar 30% dos seus rendimentos para, abrindo sua empresa, os impostos não chegarem a 10% dos seus rendimentos. Então perceba a importância de você contar com escritório de contabilidade especializado, que irá te orientar – através de um planejamento tributário – se você pode continuar atendendo como Pessoa Física e de forma legalizada pagar menos impostos ou se compensa abrir a sua Pessoa Jurídica e usar de fatores tributários permitidos para pagar menos impostos.
Se você ainda tem alguma dúvida com relação a esse assunto, entre em contato conosco que teremos o maior prazer em esclarecer todas as suas dúvidas e te mostrar, com um planejamento tributário, qual o regime mais adequado para a saúde e crescimento do seu negócio!
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